Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército, que foi o ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, teve sua liberdade provisória concedida pelo ministro Alexandre de Moraes do STF na quinta-feira. Câmara estava preso desde fevereiro, por causa das investigações da Operação Tempus Veritatis, que investiga a possível tentativa de golpe de Estado e desrespeito ao Estado Democrático de Direito, supostamente realizados por Bolsonaro e seus aliados.
Marcelo Câmara foi liberado com as seguintes condições: utilizar a tornozeleira eletrônica e a obrigatoriedade de se apresentar toda as semanas na Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. Além disso, outras condições cautelares foram determinadas por Moraes, como a proibição de sair de Brasília, de entrar em contato com outros investigados, de usar as redes sociais e entregar o passaporte. Ele também teve o porte de arma suspenso e o registro de CAC (colecionador, atirador e caçador). Câmara passou a primeira noite em casa sob monitoramento eletrônico e deverá encaminhar seu passaporte à Polícia Federal ainda hoje.
Moraes havia negado a revogação da prisão inicialmente
A defesa de Câmara pediu a revogação da prisão em fevereiro, negada por Moraes inicialmente. O advogado Eduardo Kuntz levou em consideração a decisão como uma “vitória parcial” e mostrou estar confiante de que a permanência de seu cliente nas investigações não será necessária.
O ex-assessor especial da Presidência, Marcelo Câmara, é investigado como o integrante do grupo que teria dado informações a Bolsonaro para a suposta conspiração golpista. A investigação o aponta como parte do “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”, um dos seis núcleos que estavam envolvendo supostamente para o planejamento do golpe, de acordo com a Polícia Federal.
O coronel havia servido na gráfica do Exército e no gabinete de Enzo Peri, então comandante da Força, antes de fazer parte do gabinete presidencial em 2019. Ele participava da equipe de ajudantes de ordens de Jair Bolsonaro, em parceira com o tenente-coronel Mauro Cid, também investigado no caso das joias.