De acordo com dados divulgados pelo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), na última segunda-feira, 7 de outubro, ano passado foi o ano mais seco para os rios nas últimas três décadas. O estudo trata do estado dos recursos hídricos globais.
Segundo o Portal360, o levantamento diz que, em 2023, as geleiras sofreram as maiores perdas em mais de 50 anos. Mais de 600 gigatoneladas de água foram perdidas sendo também o segundo ano consecutivo em que todas as regiões glaciais do planeta perderam gelo.
A OMM, agência especializada da ONU (Organização das Nações Unidas), apontou ainda que mais de 3,6 bilhões de pessoas estão enfrentando a escassez de água. De acordo com o estudo, o número pode ultrapassar 5 bilhões até 2050.
O documento também destaca que ano passado foi o ano mais quente já registrado, marcado por secas prolongadas e, em outras áreas, inundações generalizadas, estimuladas pelas mudanças climáticas induzidas pelo homem e pela transição de La Niña para El Niño.
Celeste Saulo, a secretária-geral da OMM, explica que houve uma aceleração do ciclo hidrológico com o aumento das temperaturas, se tornando mais imprevisível. Os problemas crescentes abrangem o excesso ou escassez de água.
“Uma atmosfera mais quente retém mais umidade, o que favorece chuvas intensas. Uma evaporação mais rápida e o ressecamento dos solos agravam as condições de seca”, informou.
2023 foi o terceiro ano consecutivo em que mais de 50% das bacias hidrográficas do planeta apresentaram condições anormais. A maioria apresentou retração e poucas bacias registraram condições acima do normal. No Brasil, a Amazônia registrou um volume de chuvas abaixo da média e a seca mais longa já vista na sua bacia.
Oito Estados obtiveram a menor ocorrência de chuvas em mais de 40 anos entre os meses de julho e setembro de 2023. De acordo com o documento da OMM, o rio Negro, em Manaus, alcançou 12,7 metros em 26 de outubro de 2023. Foi o menor nível registrado desde 1902, até este domingo, 6 de outubro, quando registrou 12,39 metros, de acordo com dados do Sistema Hidrológico do SGB (Serviço Geológico do Brasil).