Divulgado pela IEA (Agência Internacional de Energia), na quarta-feira, 16 de outubro, o relatório World Energy Outlook afirma que a temperatura média do planeta deve registrar um aumento de 2,4ºC até o final desse século. Mesmo com o aumento no uso de fontes de energias renováveis, a demanda por combustíveis fósseis ainda atingirá seu ápice até 2030.
A pesquisa anual da agência analisa o impacto da transformação no setor energético nas alterações climáticas. Segundo a IEA, não vai ser possível concluir a meta estabelecida pelo Acordo de Paris de reduzir o avanço do aquecimento global a 1,5ºC.
Mesmo com as fontes de baixa emissão gerando mais da metade da eletricidade mundial até 2030, o uso de combustíveis fósseis ainda vai crescer até o final da década. As matrizes que são mais nocivas para o meio ambiente são gás natural, carvão e petróleo.
Hoje em dia, as matrizes a base de carvão e gás natural são as mais utilizadas. A projeção é que em 2035 a produção de energia solar seja a maior do planeta. Nos últimos cinco anos, a potência de energia solar instalada no Brasil aumentou em dez vezes. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) informam que em 2019 este número ficava em 5 GW, e em agosto desse ano chegou à casa dos 47 GW.
A agência destacou a importância do papel das políticas de energia limpa no combate ao aquecimento global. Fatih Birol, diretor executivo da IEA, defendeu a alteração em medidas governamentais para frear as mudanças climáticas em escala global.
“As políticas governamentais e as escolhas do consumidor terão enormes consequências para o futuro do setor de energia e para combater as mudanças climáticas”, disse o diretor.
Hoje em dia, para cada dólar gasto em energia renovável, 60 centavos vão para redes e armazenamento. A IEA defende que, para sustentar o aumento acelerado da energia limpa, é preciso um investimento maior em novos sistemas de energia, principalmente em redes elétricas e armazenamento.