O cenário do mercado de café no Brasil em 2025 apresenta mudanças significativas, especialmente devido ao avanço da colheita nas principais regiões produtoras do país. A movimentação das lavouras de café arábica e robusta tem influenciado diretamente os preços praticados no mercado interno, trazendo impactos para produtores, exportadores e consumidores.
O acompanhamento dessas tendências é fundamental para entender o comportamento do setor cafeeiro neste ano. Segundo dados recentes, a colheita do café arábica atingiu entre 20% e 25% do volume esperado até a última semana, enquanto a colheita do robusta já se aproxima da metade do total projetado para a safra atual.
Esse ritmo de colheita tem contribuído para uma oferta maior do grão, pressionando as cotações para níveis observados anteriormente em 2024. O reflexo dessa dinâmica pode ser percebido tanto nos indicadores de preço quanto nas estratégias adotadas pelos agentes do setor.
Como a colheita de café impacta os preços em 2025?
O aumento do volume de café disponível no mercado, resultado do avanço da colheita, tem sido um dos principais fatores para a retração dos preços em 2025. O indicador Cepea/Esalq para o café arábica, por exemplo, voltou a registrar valores abaixo de R$ 2.200 por saca de 60 quilos, patamar que não era observado desde dezembro de 2024.
Para o robusta, o preço caiu para menos de R$ 1.300 por saca, valor semelhante ao registrado em agosto do ano anterior. Essas quedas refletem a lei da oferta e demanda: com mais café sendo colhido e disponibilizado, o mercado interno passa a ter maior oferta do produto, o que reduz a pressão sobre os preços.
Esse movimento é acompanhado de perto por produtores, que precisam ajustar suas estratégias de comercialização para lidar com as oscilações do mercado.
Quais são as expectativas para a safra de café robusta?
O robusta, também conhecido como conilon, tem se destacado nesta safra. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a produção dessa variedade deve superar 20 milhões de sacas em 2025. Esse volume é relevante, pois compensa a menor produção prevista para o arábica no ciclo 2025/26.
Com a colheita do robusta avançando rapidamente, a expectativa é de que o mercado continue recebendo grandes volumes desse tipo de café nos próximos meses. Isso pode manter os preços em patamares mais baixos, especialmente se a demanda não acompanhar o ritmo da oferta.
Para os produtores, a eficiência na colheita e a qualidade do grão colhido são fatores essenciais para garantir bons resultados financeiros, mesmo diante de preços menos atrativos.
O que dizem os indicadores de mercado sobre a produção de café?
Os indicadores Cepea/Esalq são referências importantes para o setor cafeeiro, pois fornecem dados atualizados sobre os preços praticados no mercado. Em junho de 2025, o acumulado mostra uma retração de 8,06% para o arábica e de 7,70% para o robusta, reforçando a tendência de queda nas cotações. Esses números são acompanhados de perto por cooperativas, exportadores e demais agentes da cadeia produtiva.
- Arábica: Colheita entre 20% e 25% do total esperado até a última semana.
- Robusta: Atividades próximas de 50% da safra concluída.
- Preços: Retorno aos níveis de 2024, com destaque para a queda nas últimas semanas.
Além dos preços, outros fatores como clima, custos de produção e demanda internacional também influenciam o mercado. O acompanhamento desses indicadores é fundamental para que os produtores possam tomar decisões mais assertivas ao longo do ano.
Como os produtores estão se adaptando ao novo cenário?
Diante das mudanças nos preços e do avanço da colheita, os produtores de café têm buscado alternativas para manter a rentabilidade. Entre as estratégias adotadas, destacam-se o armazenamento do grão para venda em momentos mais favoráveis, a diversificação de cultivares e o investimento em tecnologias que aumentam a produtividade e reduzem custos.
Além disso, práticas como a agricultura regenerativa têm ganhado espaço, permitindo uma redução significativa nos custos da lavoura e contribuindo para a sustentabilidade do setor. O monitoramento constante do mercado e a busca por eficiência na produção são essenciais para enfrentar os desafios impostos pelas oscilações de preço e garantir a competitividade do café brasileiro no cenário global.