Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) trouxeram à tona uma descoberta que pode alterar significativamente o entendimento sobre a história geológica do Brasil. Uma ilha submersa, localizada a cerca de 1.200 quilômetros da costa brasileira, foi identificada sob as águas profundas do Atlântico Sul.
O solo da formação apresenta tonalidade avermelhada, semelhante a regiões do território nacional, sugerindo conexões com o continente. Situada na Elevação do Rio Grande, a ilha encontra-se a aproximadamente 650 metros abaixo do nível do mar, em uma área marcada por vegetação tropical e recifes de coral. Estima-se que sua origem remonte a cerca de 50 milhões de anos, durante o período Eoceno.
Quais são as características geológicas da ilha submersa?
A estrutura geológica da ilha submersa revela uma composição diferenciada, com rochas e minerais que se assemelham à crosta continental brasileira. Estudos indicam que a coloração avermelhada do solo está relacionada à presença de óxidos de ferro, elemento comum em solos tropicais do Brasil.
Além disso, a presença de recifes de coral e vegetação adaptada ao ambiente submerso sugere que, em algum momento, a ilha esteve acima do nível do mar, permitindo o desenvolvimento de ecossistemas terrestres.
Pesquisas geofísicas e análises de amostras coletadas na região apontam para uma origem ligada à separação dos continentes durante a fragmentação do Gondwana. A Elevação do Rio Grande, onde a ilha está localizada, é considerada uma das maiores estruturas submarinas do Atlântico Sul, formada por processos vulcânicos e sedimentares ao longo de milhões de anos.
Como a descoberta pode influenciar a história e a cultura do Brasil?
A identificação dessa ilha submersa amplia as possibilidades de estudo sobre migrações humanas e interações culturais na América do Sul. A semelhança do solo com áreas do território brasileiro sugere que populações antigas podem ter habitado ou transitado pela região quando a ilha estava exposta.
Pesquisadores buscam vestígios arqueológicos e biológicos que possam indicar a presença de comunidades pré-históricas, o que pode contribuir para a compreensão dos caminhos migratórios e da formação do continente sul-americano.