O MME, Ministério de Minas e Energia, deu início na última segunda-feira, 13 de janeiro, a operação experimental para importar energia da Venezuela para Roraima. Os testes, que foram finalizados na última sexta-feira, 17 de janeiro, excede o começo da importação comercial.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) disse que essa medida irá gerar uma economia de até R$ 500 mil diariamente. A energia será importada da usina hidrelétrica de Guri, situada na Venezuela, para substituir a atual geração das termelétricas que suprem as demandas do estado.
Roraima é o único estado que não está ligado ao SIN (Sistema Interligado Nacional). O valor mensal das termelétricas locais alcança os R$ 107 milhões, de acordo com o MME. Com a energia venezuelana, esse custo reduzirá para R$ 62 milhões, uma baixa de 72%.
A retomada foi aprovada via decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agosto de 2023. Em dezembro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou o uso da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) para o financiamento da importação.
O Estado é dependente de 14 termelétricas que produzem 76% da energia por meio de óleo diesel. Os outros 24% proveem de biocombustível. O último apagão aconteceu em novembro do ano passado, deixando Boa Vista e outros municípios sem luz por 1h30.
A Venezuela forneceu energia elétrica para Roraima de 2001 a março de 2019, quando o serviço foi interrompido depois de uma série de apagões internos.
Os testes tinham o propósito de análise das linhas de transmissão
Os testes, feitos pelos agentes envolvidos, acontecem na linha de transmissão de 230 kV Boa Vista – Santa Elena de Uiarén. A análise vai durar 96 horas.
O propósito é analisar as condições da linha de transmissão, que estava parada a anos desde que a importação de energia venezuelana para o Brasil foi paralisada em 2019, por causa de uma piora das relações bilaterais entre as duas nações no governo Jair Bolsonaro.
Essas análises são apontadas como fundamentais para uma eventual importação de energia da Venezuela, uma medida que o governo Lula está tentando possibilitar há mais de um ano para otimizar o suprimento de eletricidade de Roraima e diminuir o custo aos consumidores.