Os testes para importar energia da Venezuela pelo Brasil começaram na manhã da última segunda-feira, 13 de janeiro, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que faz o acompanhamento dos procedimentos pelo lado do Brasil.
O ONS prevê a possibilidade de importar até 15 MW a um custo de 1.096,11 reais por Megawatt-hora, depois da comercializadora Bolt Energy conseguir a autorização do governo brasileiro para fazer a importação.
A projeção é de uma economia de até 500 mil reais por dia com a importação, já que a energia da Venezuela será mais barata do que a produção térmica que atende a demanda do Estado de Roraima.
Os testes, feitos pelos agentes envolvidos, acontecem na linha de transmissão de 230 kV Boa Vista – Santa Elena de Uiarén. A análise vai durar 96 horas.
Análise da linha de transmissão
O propósito é analisar as condições da linha de transmissão, que estava parada a anos desde que a importação de energia venezuelana para o Brasil foi paralisada em 2019, por causa de uma piora das relações bilaterais entre as duas nações no governo Jair Bolsonaro.
Essas análises são apontadas como fundamentais para uma eventual importação de energia da Venezuela, uma medida que o governo Lula está tentando possibilitar há mais de um ano para otimizar o suprimento de eletricidade de Roraima e diminuir o custo aos consumidores.
Roraima é o único estado que não faz parte do SIN (Sistema Interligado Nacional). Dessa forma, o local depende da geração termelétrica local, com combustível subsidiado pela CCC (Conta de Consumo de Combustíveis).
Projeções da ONS apontam que a economia pode alcançar até 500 mil reais por dia com a importação de até 15 MW do sistema energética venezuelano.
“Considerando também os efeitos dessa operação na substituição de usinas mais caras, no montante da reserva operativa e no controle de frequência”, afirmou o ONS à Reuters.