A conclusão da obra de Angra 3 estava na pauta da reunião do Conselho Nacional de Política Energética, que decidiria sobre a autorização para implantar a usina e o preço da energia comercializada.
O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) adiou na última terça-feira, 10 de dezembro, a decisão sobre a continuação das obras da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro.
Foi apurado que o Ministério de Minas e Energia, que preside o conselho, deu orientações pela aprovação dos itens. No entanto, houve um pedido de vista coletivo, adiando a decisão.
Decisão sobre Angra 3 deverá ser decidida em 2025
De acordo com os interlocutores do governo, o tema deverá voltar à pauta do CNPE no final de janeiro de 2025, na primeira reunião extraordinária. Na reunião, o conselho vai avaliar dois estudos sugeridos pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira:
- melhorias na governança da Eletronuclear, empresa que controla as usinas. A análise será elaborada pela Casa Civil;
- novas fontes de financiamento para a finalização das obras, em análise pelos ministérios da Fazenda e Planejamento.
Segundo o modelo atual, os custos de conclusão de Angra 3 seriam quitados no valor de venda da energia ao mercado regulado. Isto é, estariam acrescentados na conta de luz do consumidor residencial e rural, além de comércios e empresas menores.
A conclusão de Angra 3 necessita de mais de R$ 20 bilhões em investimentos.
Celso Cunha, o presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento De Atividades Nucleares (Abdan), disse que a notícia de adiamento foi surpreendente.
“A gente entendia que esse assunto ia ser resolvido hoje e, infelizmente, não foi resolvido. Para o mercado, foi uma notícia ruim essa indecisão, até porque na reunião do dia 4 [de dezembro], de prévia para o CNPE, as notícias que se tinha era que o governo estava muito convencido, tecnicamente 100% decidido e que a decisão era mais política”, disse Cunha.