Os aumentos nos impostos de importação e de exportação da China sobre painéis fotovoltaicos somados à alta do dólar, causaram um impacto no preço dos kits fotovoltaicos no mercado nacional.
Diversos distribuidores já teriam repassado este aumento de preço no valor final dos seus produtos neste mês de dezembro.
Apesar disso, profissionais do setor enfatizam que o aumento não deve reduzir a atratividade dos sistemas, já que o payback (tempo de retorno para reaver o investimento) deve aumentar de um a três meses para o consumidor final.
A BelEnergy, em suas redes sociais, anunciou que precisou reajustar os preços de seus produtos em aproximadamente 8%. “Essa medida se deve a fatores importantes no cenário econômico e do mercado fotovoltaico”, disse a empresa.
A Serrana Solar também anunciou que precisou reajustar os custos de seus produtos este mês. O aumento médio foi em cerca de 8%, de acordo com Rodrigo Serrana, diretor da companhia.
“Devido ao aumento expressivo do dólar nos últimos 30 dias e ao crescimento dos impostos na China para exportação, fomos obrigados a reajustar os preços. Sempre buscamos minimizar esses ajustes, mas precisamos garantir a sustentabilidade das operações e manter a qualidade na distribuição”, afirmou ele.
Distribuidoras de kits fotovoltaicos entendem que em 2025 o custo de seus produtos serão reajustados
Além do aumento informado pelas empresas em dezembro, várias delas também confirmaram que ao olhar para 2025 já entenderam que vão ter que praticar outros reajustes, em função da eliminação de ex-tarifários e à introdução da alíquota de 25% no imposto de importação.
O mesmo também aconteceu com a Bluesun, que aumentou os custos em torno de 10%. O CEO da empresa, Roberto Caurim, enfatiza que ao contrário do que muitos pensam, as distribuidoras de kits fotovoltaicos operam com margens de lucro bem reduzidas, normalmente na ordem de 5% na melhor das hipóteses.
“Tivemos o aumento da tarifa de importação de 25% anunciado pelo Governo Lula, a elevação da taxa de exportação de painéis do Governo chinês em 4% e a alta do dólar, que, apenas no mês de dezembro, subiu quase 5%”, disse.
Com as margens apertadas, Caurim enfatizou que as empresas não conseguem segurar os preços. “Se estivéssemos em um cenário como o do ano passado, com margens maiores, ainda seria possível absorver parte desses custos. Mas, no panorama atual, não há outra opção que não seja repassar os custos. Infelizmente, é um cenário inevitável”, declarou.