A Marquise Ambiental pretende levar ao Amazonas seu projeto de produção de biometano a partir de resíduos sólidos que começou no Ceará em maio de 2024. A empresa projetou um centro de tratamento de lixo a aproximadamente 40 km de Manaus para colocar os resíduos que estão sendo depositados em lixões na capital amazonense e, ao mesmo tempo, em que aproveita os detritos para a produção de gás que poderá ser injetado na rede de distribuição da cidade.
A companhia está planejando conseguir a mesma licença da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para operacionalizar o projeto na região e negociar com a Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), o fornecimento do biometano em aproximadamente 2 anos a partir do começo das operações do centro de tratamento. No momento, o entrave, é negociar o recolhimento dos resíduos com a Prefeitura de Manaus.
Hugo Nery, o diretor-presidente da Marquise Ambiental e conselheiro da Abrema (Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente), afirmou que o empreendimento tem capacidade de receber resíduos de toda a região metropolitana de Manaus e de até um raio de 100 km da capital.
A projeção é de que o projeto vai ter capacidade de processar 70% dos resíduos do Estado de forma limpa e sustentável. A construção do empreendimento demorou cerca de 15 anos, sendo que 13 foram para conseguir todas as licenças necessárias.
Mesmo com as vantagens do processo, o preço para possibilitar o transbordo do lixo afasta um acordo com a prefeitura. De acordo com Nery, a Marquise pode possibilitar a operação logística, contudo, isso traria um custo em torno de R$ 50 milhões por ano para os cofres públicos.
“Eu compreendo perfeitamente a visão do gestor público, compreendo a preocupação dele em relação a custo, compreendo tudo isso, mas entendo que o fato de que você tem hoje um equipamento cuja tecnologia de 1º mundo é de geração de valor futuro. O fato de você ter um custo adicional de transbordo é a realidade de todas as cidades grandes. Você já não consegue mais terrenos pra construção de centros de tratamento dentro de uma área urbana”, afirmou Nery.