O aumento na demanda por energia vai exigir cada vez mais investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). No Brasil, o setor de petróleo e gás é o financiador principal desses pilares. De acordo com a pesquisa “O papel do setor de petróleo e gás natural na transição energética”, da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a indústria contribui com aproximadamente 60% dos investimentos em PD&I ligados à transição energética no país. O percentual corresponde por mais de R$ 10 bilhões investidos desde 2013.
Só em 2023, 20% do valor aplicado através de cláusulas de PD&I dos contratos de exploração e produção foi direcionado para projetos de eficiência energética e fontes renováveis, correspondendo por R$ 780 milhões. Os principais setores beneficiados foram biocombustíveis com 35%), energia eólica (28%), hidrogênio (13%) e captura e armazenamento de carbono (9%), de acordo com informações do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás).
“A indústria está sustentada na inovação e na pesquisa. O progresso que nós tivemos ao longo da história é basicamente de natureza tecnológica, e isso foi realizado com muitas pesquisas e recursos direcionados. No Brasil, por exemplo, nós temos centros em praticamente todas as universidades, financiados pelo setor de óleo e gás”, explicou Roberto Ardenghy, o presidente do instituto.
Petrobras enfatiza a necessidade de uma transição energética equilibrada
De acordo com o Fórum Brasil, realizado pelo Lide e pela TV 247, o ex-presidente da Petrobras e atual Head do Lide Energia, Jean Paul Prates, enfatizou a necessidade de uma transição energética planejada e equilibrada no Brasil. De acordo com ele, o país precisa aproveitar a abundância de recursos naturais sem adotar uma abordagem predatória ou desordenada.
“O Brasil é o rei dos recursos naturais, e ninguém pode contestar isso. Temos recursos tão abundantes que nosso problema é escalar qual recurso usaremos. No entanto, o governo deve ser o maestro dessa transição. As matrizes energéticas são locais e não devem ser excludentes. A concorrência entre as fontes energéticas no Brasil não pode ser predatória”, disse Prates.