O Brasil reportou perdas econômicas de US$ 6,4 bilhões causadas por causa de desastres naturais entre janeiro e setembro deste ano, de acordo com o Global Catastrophe Recap Report, divulgado pela Aon na última segunda-feira, 2 de dezembro. O valor corresponde a uma queda de 57% em relação com o mesmo período de 2023, quando a seca na bacia do Rio da Prata provocou prejuízos maiores que US$ 10 bilhões.
As enchentes no Rio Grande do Sul, que aconteceu entre 28 de abril e 3 de maio, causaram um maior impacto econômico do período, com prejuízos estimados em US$ 5 bilhões e 182 mortes. A seca impactou na perda de US$ 470 milhões, enquanto as queimadas em várias regiões causaram danos de US$ 360 milhões. Tempestades e outros eventos climáticos tiveram prejuízos de US$ 570 milhões.
“Os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul e das queimadas reforçam a necessidade de estratégias de resiliência climática no país”, afirmou Beatriz Protásio, CEO de Resseguros da Aon no Brasil. “É necessário direcionar esforços para que infraestruturas estejam melhor preparadas diante das intempéries do clima”, disse.
Em escala global, os desastres naturais causaram perdas econômicas maiores que US$ 258 bilhões no período, valor 7% inferior à média do século 21, de US$ 276 bilhões. As perdas seguradas chegaram a US$ 102 bilhões, acima da média histórica de US$ 79 bilhões.
O relatório ressalta que a lacuna de proteção de seguros foi projetada em 60%, um dos níveis mais baixos já reportados, principalmente devido à maior contribuição das perdas seguradas nos Estados Unidos. O documento prevê que perdas totais esse ano devem ultrapassar o patamar de 2023 (US$ 125 bilhões) depois da contabilização dos danos causados pelo furacão Milton.
Prejuízos em 2023
O Brasil já acumulou um prejuízo de R$ 792,7 bilhões como consequência dos desastres ambientais no período de 1991 a 2023. Os dados são de uma pesquisa da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), que também aponta que as ocorrências cresceram 140% de 2015 até o ano passado.
Mesmo o país estando em uma posição geográfica favorável no que diz respeito a desastres ambientais como furacões, terremotos e tsunamis, isso não exclui o Brasil da ocorrência de outros desastres. O estudo da Fiemg observou que o país acumula catástrofes climatológicas, meteorológicas e hidrológicas.