A notícia de que o Governo chinês adquiriu a mina de urânio na Amazônia, espalhada em grupos de whatsapp, caiu como uma boma em reports de grandes companhias de diversos países.
A notícia não é verídica. A mineradora peruana Taboca, que está operando a mina de estanho em Presidente Figueiredo (AM), foi realmente vendida (por US$ 340 milhões) para a empresa china CMNC. Mas nesta mina, é extraído vários tipos de minério, como estanho, tório em resíduo e o nióbio, este sim, é o mais interessante para os asiáticos, por ser bastante utilizado na indústria náutica, aeronáutica e de suprimentos eletroeletrônicos, o trilionário mercado da China hoje no mundo.
De acordo com o portal Coluna Esplanada, existe, sim, urânio nesta reserva, porém foi rejeitado na exploração, e fiscalizado de perto pela Comissão Nacional de Energia Nuclear. E qualquer empresa que utilizar o material deve ser condicionado à aprovação do Congresso e em parceria com as Indústrias Nucleares do Brasil.
Isto é, uma especulação de que a China vai extrair urânio para enriquecer o produto em seu país com fins bélicos.
China e Mineração Taboca
A companhia chinesa China Nonferrous Trade (CNT) adquiriu a Mineração Taboca, que atua na exploração de estanho no Amazonas por US$ 340 milhões, em torno de R$ 2 bilhões. A CNT é uma subsidiária, pertencente ao governo chinês.
O mineral é encontrado associado ao urânio em baixo teor, isto é, em quantidade insuficiente para venda, de acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
A operação, firmada pela Minsur S.A, uma empresa peruana que controla a Taboca, foi informada no dia 26 de novembro ao governo do Amazonas.
Na nota, a empresa afirma que naquela terça transferiu 100% de suas ações aos chineses. “Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca”, diz a note.
A Taboca faz a exploração de estanho na mina de Pitinga, situada no município amazonense de Presidente Figueiredo. Ricardo Gutterres, assessor da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, disse que a mina é exclusivamente de estanho, e minerais nucleares como o urânio podem ser detectados, porém em baixas quantidades e sem relevância de comercialização.