O governo do estado de Minas Gerais protocolou na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) um projeto com o propósito de possibilitar a privatização da Cemig. A proposta ainda precisa ser recebida em Plenário para que a tramitação seja iniciada.
Na ocasião, ainda foi protocolado uma proposta de privatização da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).
Em entrevista à imprensa, Mateus Simões, o governador em exercício, defendeu as propostas e disse que espera uma tramitação ágil. “As duas estatais precisam passar por um processo de modernização. Estamos confiantes de que a discussão está madura e que será uma tramitação de semanas ou poucos meses”, disse.
De acordo com ele, as companhias, em conjunto, custam mais de R$ 15 bilhões. Quando foi perguntado sobre possível reajuste das tarifas para a população e sobre os trabalhadores das estatais, o governador em exercício foi firme: “Não há nenhuma possibilidade de aumento de tarifa, nem prejuízo para os trabalhadores”, disse.
Em relação a previsão constitucional de realizar o referendo popular para a privatização das estatais, Simões declarou que o Executivo espera que a exigência da consulta popular seja retirada da Constituição Mineira, porém admitiu a possibilidade de realizá-la. “Para nós, fazer o referendo não é um problema, mas uma burocracia”, disse.
Em outubro de 2023, o governador Romeu Zema encaminhou a ALMG a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/23, que retira a exigência de referendo popular para a desestatização. A proposta, que está aguardando parecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), foi assunto de diversas audiências públicas no Legislativo Mineiro desde então.
Cemig investe em troca de torres elétricas
A Cemig fez um investimento de quase R$ 2 bilhões para realizar a substituição de sete mil torres de madeira de suas linhas de distribuição por estruturas metálicas, com fim previsto até 2028.
Essa iniciativa tem o propósito de aumentar a confiabilidade no fornecimento de energia elétrica em Minas Gerais, principalmente em resposta ao aumento das queimadas em áreas rurais. A empresa quer colocar 2.500 km de linhas nesse processo.
Desde 2019, a Cemig já realizou a substituição de cerca de 700 km de linhas, trocando 1.848 torres de madeira por metálicas. Para os próximos anos, mais R$ 1,5 bilhão vai ser direcionado para a substituição de 1.800 km de linhas, resultando em mais 5 mil torres.