Durante 2024 os resultados do setor automotivo demonstraram a tendência de aumentos das importações no total das vendas de automóveis e veículos comerciais leves. Em contrapartida, houve manutenção da trajetória de redução das exportações. Esse panorama tem a ver com o rápido crescimento das exportações chinesas de veículos, principalmente elétricos e híbridos.
Essa dinâmica teve um impacto negativo na produção nacional neste ano, tanto pelo canal das importações, frente a maior competição com os elétricos no mercado doméstico, quanto pelo lado das exportações, alinhado com a perda de participação nos mercados demandantes de veículos brasileiros em detrimento da China, principalmente na América Latina.
Nos nove primeiros meses desse ano, as importações de veículos leves aumentaram 37,3% em relação ao ano passado. Em relação a participação no total de vendas, as importações de leves corresponderam a 18,1% no 1° semestre, melhor resultado desde 2014.
Venda de veículos chineses cresceram
O crescimento nas importações reflete no forte crescimento das vendas de veículos eletrificados, tanto elétricos quanto híbridos, que, no acumulado até o mês de setembro, cresceram 113,1% na comparação interanual, partindo de 57,5 mil unidades vendidas para 122,5 mil unidades.
Em relação a participação, os eletrificados alcançaram 7,1% do total de vendas de automóveis e comerciais leves (em comparação com 3,7% na média do mesmo período de 2023), de acordo com dados da Anfavea. Vale lembrar que esse desempenho acontece mesmo depois do governo ter iniciado, em 2024, a taxação de veículos eletrificados importados, com alíquotas variando entre 10% e 12% de janeiro a junho, sendo reajustadas a partir de julho para uma faixa de 18% a 25% até o final de 2024.
Há fatores que favorecem o interesse dos consumidores brasileiros por carros tecnológicos e movidos a energias renováveis, devido ao contexto mais favorável para o consumo de alta renda, como automóveis elétricos ou híbridos, frente as influências positivas do aumento dos rendimentos das classes mais altas e boas condições de crédito. Além disso, os preços competitivos das montadoras chinesas e a baixa produção nacional contribuem para a aceleração das importações.