A China está perto de intensificar o controle rígido sobre a mineração e refino de minerais raros, componentes importantes para tecnologias avançadas.
Nos últimos dias, o governo da China estabeleceu medidas que complicam o acesso de empresas estrangeiras, principalmente as fabricantes de semicondutores, aos minerais extraídos e refinados no país. Dessa forma, o domínio da do país asiático sobre o mercado mundial desses materiais se fortalece.
Desde o dia 1º de outubro, os exportadores são obrigados a fornecer rastreamentos detalhados sobre a utilização das remessas nas cadeias de suprimentos ocidentais. Isso facilita para Pequim obter mais controle sobre quais empresas estrangeiras vão ter acesso a suprimentos escassos.
China aumenta participação na mineração
A China também vem aumentando sua participação na mineração e produção de metais de terras raras. Duas refinarias estrangeiras na China foram compradas por estatais chinesas, recentemente, fortalecendo o controle governamental sobre a cadeia de suprimentos de minerais.
O Ministério do Comércio da China determinou algumas restrições à exportação de elementos como antimônio, gálio e germânio, todos essenciais para a fabricação de chips e tecnologias militares. A segurança nacional foi reforçada, com o ramo de terras raras sendo classificado como segredo de estado. Autoridades chinesas condenaram dois gerentes por vazar informações sensíveis.
Os minerais raros se tornaram motivo de disputa tecnológica entre China e EUA. Cada lado estabelece controles de exportação sobre componentes críticos, enquanto querem criar cadeias de suprimentos alternativas. De acordo com a Casa Branca, depender de processamento de minerais na China deixa os EUA e aliados vulneráveis a crises de fornecimento.
Empresas fora do país asiático, como a belga Solvay e a australiana Lynas, estão tentando expandir a produção de disprósio em locais como França, Malásia e Texas. Contudo, a possibilidade econômica e os desafios técnicos complicam esses esforços, uma vez que a China obtém vantagens nos custos de produção e expertise técnica.
James Litinsky, o CEO da MP Materials, disse que, em caso de urgência, a produção de disprósio poderia ser elevada rapidamente. Contudo, Roderick G. Eggert, economista da Colorado School of Mines, ressaltou a dificuldade de competir com empresas da China, por causa dos seus custos mais baixos e disposição para cortar custos.