O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse na última segunda-feira, 21 de outubro, que os investimentos em data centers no estado atingirão R$ 70 bilhões nos próximos meses, e que a intenção é ampliar a oferta de energia solar e bioeletricidade para suprir a demanda.
“São hoje R$ 50 bilhões em projetos já em execução de obra, isso deve crescer nos próximos meses para R$ 70 bilhões”, declarou durante o evento sobre transição energética realizado pela Veja.
De acordo com o governador, a razão para atrair investidores internacionais se encontra na capacidade do estado de fornecer “energia limpa, relativamente barata, oferta de água, boa infraestrutura e mão de obra qualificada”.
Para apoiar a crescente demanda desses centros de processamento de dados, o governo estadual está planejando ampliar as fontes de energia renovável, focando na energia solar fotovoltaica e bioeletricidade a partir do setor sucroalcooleiro.
“O estado tinha zero de fotovoltaica há poucos anos e hoje já tem 6% da sua produção em fotovoltaica. Foi um crescimento relevante, e que deve continuar nos próximos anos”.
Freitas reconheceu também que os incentivos fiscais concedidos ao setor solar nos últimos anos foram essenciais para esse avanço.
Segurança energética do estado de São Paulo
Um dos bases da estratégia de São Paulo para garantir a segurança energética é o aproveitamento do potencial da biomassa de cana-de-açúcar.
São Paulo, conhecido pela produção de etanol, está agora expandindo seu horizonte de uso da cana, focando na produção de etanol de segunda geração, biogás, biometano, hidrogênio e combustível sustentável de aviação (SAF).
“A cana-de-açúcar nos salvou durante a crise do petróleo no final dos anos 70, e agora estamos redescobrindo o seu potencial”, declarou o governador.
Ele ressaltou que o plano estadual de energia de São Paulo para 2050, que estima investimentos de R$ 20 bilhões, com a maior parte proveniente do setor privado e destinado para o desenvolvimento do biogás e biometano.
A projeção é que vinte novas unidades sejam instaladas nos próximos dois anos. Atualmente, são quase 180 usinas registradas, das quais 70 estão próximas de gasodutos existentes, o que apresenta uma vantagem logística para a produção e transporte do biometano.
“Vamos estimular e dar os incentivos para que a gente possa ter mais biodigestores nas propriedades, justamente para aproveitar esse potencial do biogás, do biometano”, disse.