O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) elevou a capacidade de escoamento de energia renovável do Nordeste para outras regiões do Brasil, com a ativação de três novas linhas de transmissão e uma subestação. Esses equipamentos foram autorizados para operar na última semana.
Segundo o ONS, as novas linhas vão permitir a redução das limitações na geração de energia eólica e solar, restaurando os níveis de operação anteriores ao blecaute de agosto do ano passado. As linhas autorizadas, todas possuindo tensão de 500 quilovolts (kV), são Pecém-II, Pacatuba C, Fortaleza II, Pacatuba C e Pacatuba, Jaguaruana II.
A subestação de Pacatuba também entrou em operação, aumentando a capacidade de transmissão da energia gerada no Nordeste, área que concentra o maior número de usinas eólicas e solares. A transmissão estava sendo limitada desde 15 de agosto, quando um blecaute atingiu 25 estados e o Distrito Federal em função de uma falha em um equipamento de uma linha naquela região.
O chamado constrained off
Como medida preventiva depois do apagão, o ONS adotou uma operação mais restritiva, restringindo o envio de energia renovável do Nordeste para outras partes do país. Esse procedimento é intitulado no setor elétrico como “constrained off” ou “curtailment”, termos em inglês que descrevem a prática de restringir a geração de energia.
De acordo com Marcio Rea, diretor-geral do ONS, a entrada em operação dos novos ativos cresceu em 12% a capacidade de transmissão de energia do submercado Nordeste para o Sudeste/Centro-Oeste, saindo de 11.600 megawatts (MW) para 13 mil MW. Além disso, a exportação de eletricidade para o Norte do país cresceu em 30%, indo de 4.800 MW para 6 mil MW.
Ainda neste mês, a ativação da linha de transmissão Olindina-Sapeaçu, também com 500 kV, está prevista, aumentando a capacidade de escoamento de 13 mil para 13.800 MW. “Com isso, a necessidade de restrição vai diminuir”, disse Rea.
Contudo, Rea admitiu que os cortes na geração de energia vão continuar ocorrendo à medida que novos projetos eólicos e solares entram em operação. “É impossível zerar o corte”, destacou.