As estimativas para mudança do clima para as próximas décadas no Brasil não são boas, porém, para um setor o prognóstico é visto como bastante positivo. Uma pesquisa publicada hoje no periódico Scientific Reports, do grupo Nature, aponta que a incidência de energia do sol vai aumentar em todo o país, com exceção da Região Sul. Para a geração solar, o futuro é otimista, de acordo com o estudo.
A previsão é de mais calor e menos chuva na maior parte do país. Contudo, em relação a oportunidade de expansão de energia fotovoltaica, o estudo mostra dados positivos e aponta que o crescimento da incidência de dias ensolarados pode diminuir a vulnerabilidade do sistema elétrico do Brasil, causada pela queda do volume de reservatórios e vazões das hidrelétricas.
A pesquisa prevê um aumento da incidência solar (ou seja, a radiação do sol recebida na superfície) entre 2% e 8% na maior parte do país até o fim do século. No entanto, até 2040 irá haver um crescimento de pelo menos 2%, sendo que em algumas áreas deve ser maior, como no Pantanal e do Centro-Oeste.
E, especialmente, do Norte de Minas Gerais, que pode ultrapassar 4% em qualquer cenário até 2040. De acordo com a análise do Cemaden publicada este ano pelo portal Globo, esta foi a região do Brasil que mais esquentou em 2023, o mais quente da História.
“O objetivo principal foi investigar como as mudanças no clima afetarão a produção de energia elétrica e se valeria a pena investir em solar. Nosso estudo mostra que sim e busca orientar políticas públicas. O potencial do país é enorme, especialmente do Brasil Central. Nosso potencial mínimo é maior que o máximo de países como a Alemanha” afirma Fernando Ramos Martins, o coordenador do estudo, do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Santos.