O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na última terça-feira, 15 de outubro, continua defendendo que seja instaurado um processo de caducidade da concessão da Enel em São Paulo e disse que a companhia se mostrou “incompetente” e que “tem que sair do Brasil”.
A zona metropolitana de São Paulo está há mais de 80h sem luz depois do blecaute que atingiu mais de 2,1 milhões de consumidores e as chuvas e ventos que atingiram a região na sexta-feira, 11 de outubro. Até às 13h de terça-feira, a Enel anunciou que 214 mil endereços continuam sem acesso à energia elétrica.
“Está claro que ela é incompetente. Está claro que ela não se preparou para fazer investimento. Está claro que ela não se preparou para gerir a distribuição de energia no Estado de São Paulo. Está claro que ela tem que sair daqui. Sair do Brasil”, disse a jornalistas após a solenidade de aniversário da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), em São Paulo.
Operações interrompidas
Além do estado paulistano, a concessionária de origem italiana também opera no Ceará e no Rio de Janeiro. Há dois anos, interrompeu sua atuação em Goiás devido a uma sequência de problemas com a prestação dos serviços.
O governador disse que defende a segurança jurídica e o processo de cassação da concessão está prevista na lei. Afirmou que uma empresa com um processo de caducidade “começa a trabalhar”.
Tarcísio também disse que empresas com o processo aberto não podem ser alvo de prorrogação do contrato, porque “sempre deve partir da vantajosidade para o poder público”. Falou que, no caso da Enel, não haveria vantajosidade “alguma”.
Um dia após o blecaute em São Paulo, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) cobrou explicações da concessionária a respeito das ações para solucionar o apagão. A reguladora citou a abertura de um processo de caducidade da concessão caso o plano não seja satisfatório.
Mais tarde, Alexandre Silveira, o ministro de Minas e Energia, novamente pediu que a Aneel tome providências contra a distribuidora. Acusou a entidade de ter uma atuação política e trocou acusações com Tarcísio e o prefeito Ricardo Nunes (MDB).