As maiores empresas da fonte de energia eólica que operam no Nordeste do país já registraram um prejuízo de R$1,4 bilhão com seus empreendimentos, rombo financeiro que comprometeu as operações atuais e que já levou empresas a congelarem planos bilionários de investimentos no país.
A origem do problema é devido as limitações técnicas e regras do setor elétrico para a transmissão de energia produzida nos parques eólicos do Nordeste, e atraso em linhas de transmissão e subestações, impondo limitações que cada gerador poderia entregar.
Reunião de companhias
O encontro contou com a participação de empresas como CPFL, EDP, Engie, SPIC e Voltalia, que possuem grandes parques eólicos no Nordeste. O propósito era de detalhar os prejuízos que cada companhia vem sofrendo com o corte imposto na geração, especialmente nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte.
A CPFL informou registrou cerca de R$ 200 milhões em prejuízos neste ano. A EDP anunciou que tem sofrido com cortes acima 30% em seu potencial de geração, com aproximadamente R$ 3 milhões de prejuízo por semana.
A SPIC, que atua com eólicas e painéis solares, registrou perdas de 65% e prejuízo de R$ 10 milhões por mês. Em relação a Voltalia, em torno de 80% de sua potência total de 1.500 megawatts (MW) instalados no país foram cortados, o que resultou em um prejuízo de R$ 111,2 milhões entre janeiro e setembro de 2024.
Na reunião, os executivos mostraram os dados e falaram em risco iminente de calotes em cascata, envolvendo pagamentos de dívidas com bancos, operações de manutenção das plantas e até de aluguéis de terrenos onde construíram suas turbinas eólicas. Numa apresentação feita durante o encontro, apontaram que há um “risco de destruição de um setor que ganhou em credibilidade e exemplaridade no mundo”.
Pelas regras do setor elétrico, cada gerador de energia tem contratos firmados para entregar um certo volume de energia.