De acordo com o levantamento da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), a indústria de energia brasileira adquiri 92% da eletricidade que consome no MLE (mercado livre de energia), ambiente de contratação onde os clientes que escolhem os fornecedores, qual tipo de fonte e negociar preços e prazos.
Segundo a entidade, esse panorama é estimulado pela procura de preços mais baixos na compra de energia elétrica e maior previsibilidade em relação a evolução dos reajustes. No comércio, o percentual de participação do mercado livre de energia é mais baixo: 39%.
O estágio inicial da liberalização desse segmento é devido ao fato de que são unidades de consumo mais baixo que a indústria e cuja permissão para migração só pode ser acelerada em janeiro deste ano, por causa da restrição legal que existia anteriormente.
De acordo com a Abraceel, há existe potencial para que esses dois setores, especialmente o comercial, ampliem sua compra de energia no mercado livre, garantindo vantagens como queda nos custos, previsibilidade em reajustes e a possibilidade de juntar a compra de energia renovável a estratégias de sustentabilidade.
Grupos de tensão de energia
No Grupo A, que abrange consumidores de energia em média e alta tensão, no qual a grande maioria só foi autorizada a escolher o fornecedor no começo deste ano, há em torno de 202 mil consumidores, cujos mais de 51 mil já escolheram deixar o mercado regulado e migrar para o ambiente livre.
O potencial também é grande entre os consumidores de energia em baixa tensão, reunidos no Grupo B, que ainda não tem autorização para escolher o fornecedor no mercado livre. O levantamento da Abraceel aponta que há, no Grupo B, mais de 6,4 milhões de consumidores industriais e comerciais, que são proibidos por lei a comprar energia no mercado livre.
Se pudessem adotar o mercado livre de energia, eles poderiam obter economia anual total de R$ 17,8 bilhões com a conta de luz. Nesses setores, gastos economizados costumam ser reinvestidos na contratação de pessoal e melhorias nos processos produtivos, podendo resultar na geração de mais de 381,8 mil novos empregos e ganhos de produtividade.