Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, na última terça-feira, 3 de outubro, declarou que a decisão final do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a retomada do horário de verão vai sair até a próxima semana. Disse que analises e reuniões ainda estão sendo realizadas e que a medida só vai ser acionada “se for uma necessidade imprescindível”
Em entrevista a jornalistas, Silveira disse que há um tempo limite para a decisão. Isso devido ao fato de que “novembro e dezembro são os meses que mais será preciso o horário de verão”. Disse que, se for decretado, a medida vai ter o prazo de 15 a 20 dias para ser implementado, isto é, depois do segundo turno das eleições municipais.
“Estamos tendo muito cuidado com isso para não fazer sem completa necessidade. Analisando com responsabilidade diante da transversalidade do tema, e considerando a necessidade dessa política. Se for imprescindível, ele será implementado com toda coragem, mesmo sabendo que ele divide as opiniões de forma muito grande no Brasil”, afirmou Silveira.
O ministro também disse que seu ministério está levando os debates ao limite para ver “se será preciso mesmo acionar o mecanismo neste ano ou se podemos esperar ver o volume de chuvas. Se não for imprescindível, nós vamos esperar o período chuvoso, ver se os reservatórios serão restabelecidos à altura, e aí entraremos só no ano que vem”.
Na última terça-feira, 8 de outubro, Silveira teve uma nova reunião com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) sobre o tema. Nos últimos dias, também teve reuniões com representantes de setores mais sensíveis ao tema e que estão pedindo um tempo maior de adaptação e preparo, como no caso das companhias aéreas.
Silveira declarou que deixou as três grandes companhias aéreas do Brasil (Latam, GOL e Azul) de sobreaviso para que se preparem para essa possibilidade, mesmo não havendo nenhuma decisão ainda. O ministro também explicou qual o problema atual para as empresas, diante da seca.
“Temos uma produção de energia muito grande durante o dia, por causa da energia solar. Quando há baixa dessa geração à noite, há um horário de pico de consumo, quando as pessoas estão chegando em casa. Existe também um horário de pico de consumo no começo da tarde, mas naquela hora temos uma geração alta para isso. De noite a situação é a contrária, com a saída da solar. Podemos eliminar isso com uma contratação absurda de térmicas, mas isso aumentaria exponencialmente o custo da energia”, declarou Alexandre Silveira.