De acordo com o indicado pela nota técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a retomada do horário de verão no Brasil pode trazer uma redução correspondente a 2,9% da demanda máxima de energia elétrica e uma economia no custo da operação de até R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.
Segundo o estudo, se o horário de verão for adotado em meio ao cenário atual, poderá contribuir para a maior eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN) no atendimento à ponta de carga no horário noturno, especialmente entre 18h e 20h.
Conforme o ONS, é nesse momento em que o sistema precisa lidar com o crescimento na demanda por energia e a interrupção da geração de energia solar, tanto nas grandes usinas de geração centralizada quanto nos sistemas residenciais e comerciais de geração distribuída.
O estudo indica que há diminuição prevista na demanda máxima noturna, tanto em dias úteis, como nos finais de semana, em quase todas as condições de temperatura. A medida também vai trazer um efeito sobre a rampa da carga entre 18h e 19h, com a postergação do horário de demanda máxima em até duas horas, o que permite que a compensação pela interrupção da fonte solar possa ser feita de forma mais prolongada.
“Nesse sentido, a partir deste estudo, recomenda-se a implantação do horário de verão, visto que há ganhos positivos para o setor elétrico, contribuindo para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN) e, principalmente, ampliando a capacidade de atendimento na demanda de máxima no horário noturno”, aponta a nota técnica.
No decorrer da reunião extraordinária do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), Alexandre Silveira, o ministro de Minas e Energia, disse que a adoção do horário de verão ainda deve ser novamente estudada pelo governo federal e descartou a possibilidade de crise energética este ano.
“Não temos chance de crise energética este ano, mas devemos cuidar para que não tenhamos nenhum evento pontual em especial nos horários de ponta. A nossa missão é equilibrar segurança energética com modicidade tarifária, ou seja, menores tarifas para o consumidor”, comentou Silveira.