Os projetos para redução das emissões de carbono podem acelerar nos próximos anos no Brasil. Junto a isso, o potencial nacional para a produção de biocombustíveis, energias renováveis e de adoção de agricultura de baixo carbono pode deixar o país pronto para receber até US$ 3 trilhões em investimentos verdes até 2050.
Esse são dados do Relatório Climático do Brasil 2024, lançado neste mês pela empresa de consultoria global Boston Consulting Group (BCG). De acordo com o estudo, o país está posicionado de forma estratégica, e quase única no mundo, para se tornar um polo global de soluções climáticas.
A pesquisa divide os potenciais da nova economia verde no Brasil em 2 eixos. O primeiro está nos investimentos obrigatórios, de acordo com as convenções globais, para zerar e reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa. Somente essas ações devem demandar US$ 2 trilhões até 2050.
Dentro deste grupo, a maior parte deve ir para descarbonizar a matriz de transportes. A estimativa é para um investimento de US$ 800 bilhões em novos veículos híbridos, inclusive os biohíbridos, a etanol e eletricidade, elétricos e movidos a biocombustíveis.
Os investimentos para redução das emissões na indústria demandarão R$ 400 bilhões até 2050. Na área de energia, incluindo o setor de petróleo, vão ser R$ 300 bilhões. A mesma quantidade é o estimado para o agronegócio adaptar seus métodos de produção para emitir menos gases estufa.
O segundo eixo de desenvolvimento verde do Brasil vai além dos investimentos obrigatórios contemplando o potencial de novos projetos. De acordo com o relatório, isso passa a estabelecer uma agenda climática positiva, fazendo o país avançar nas suas vantagens naturais em quatro pilares principais: natureza, agricultura sustentável, energia renovável e produtos industriais verdes.
O desenvolvimento de novas soluções climáticas pode demandar R$ 600 bilhões e R$ 1 trilhão para o Brasil. Adicionados aos projetos de redução, esse pacote verde elevaria o nível de investimentos em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) de 17% para 30% no país, um maior que o da União Europeia e dos Estados Unidos (de 21% a 23%).