Mesmo com o Brasil enfrentando crises climáticas e aumento na conta de luz, que vai subir a partir desse mês com o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, o patamar mais caro do setor, a geração de energia renovável, que inclui as fontes solar, eólica, biomassa e hídrica, vem colaborando para o abastecimento elétrico, de maneira limpa e competitiva.
As fontes limpas têm evitado o aumento na emissão de gases poluentes para gerar eletricidade no país, levando em consideração o momento atual de queima de combustíveis fósseis que o setor tem enfrentado.
De acordo com o mapeamento da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica), baseado em dados e estimativas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a energia solar corresponde por 9,6 % de todo o suprimento energético do país, entre os meses de agosto e setembro de 2024, com mais de 7,5 MWmed, com mais da metade do abastecimento oriundo de sistemas instalados em telhados e pequenos terrenos (4,6 mil MWmed).
Abastecimento das fontes renováveis
Adicionando outras fontes renováveis, como hídrica (49 mil MWmed), eólica (11 mil MWmed) e biomassa (1,4 mil MWmed), a ABSOLAR indicou que o abastecimento renovável durante esse período chegou a aproximadamente 90,4% da demanda elétrica do Brasil.
Neste mês, os consumidores brasileiros irão pagar, com o acionamento da bandeira vermelha patamar 2 na conta de luz, um acréscimo de quase 8%, com R$ 7,877 para cada 100 kWh consumidos no mês, devido ao uso das termelétricas fósseis emergenciais.
No levantamento da ABSOLAR, esse panorama poderia ser ainda mais preocupante. Com mais de 47 GW de potência instalada em operação, somando as grandes usinas e os pequenos sistemas de geração própria solar, a tecnologia fotovoltaica evitou a emissão de 57 milhões de toneladas de CO2 (gás carbônico) na geração de eletricidade desde 2012.
Durante a crise hídrica de 2021, até então a maior dos últimos 91 anos, o governo federal criou a “bandeira vermelha escassez hídrica” e os consumidores arcaram com custos adicionais de R$ 28 bilhões, em função do acionamento de todas as termelétricas fósseis emergenciais e da importação de energia de países como Argentina e Uruguai.