De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN), a indústria brasileira foi responsável por 31,8% da energia consumida no país em 2023, um aumento de 2,9% ante o ano anterior.
O crescimento traz à tona os desafios ao setor, com estimativas indicando que a demanda por energia corresponde a 40% dos gastos das indústrias.
Um especialista em tecnologia e inovação, Arthur Igreja, apontou que a energia é “elementar para o crescimento” da economia.
“Temos uma população ainda crescente, equipamentos que demandam cada vez mais energia. Conforme aumenta o nível de vida das pessoas, a tendência é que suba também o gasto energético, ou seja, se não tiver energia absolutamente tudo isso fica restrito, como o consumo e investimentos”, explicou.
“Energia é o elemento mais básico necessário para uma economia funcionar”, ressaltou Igreja.
Porém, para a geração dessa energia, são consumidos recursos. E quanto menos eficiente for a energia, maior é o consumo para realizar um mesmo processo.
Sustentabilidade
Com isso, a questão energética passa necessariamente por uma discussão de sustentabilidade. Na avaliação de especialistas ouvidos pelo portal CNN, uma energia mais verde, além de descarbonizar a indústria, pode auxiliar no barateamento de alguns de seus processos.
Segundo a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), vai ser necessário um investimento de 40 bilhões de reais até 2050 para que o setor alcance o nível zero de emissões de gases do efeito estufa.
Para estimular a transição, o governo federal criou e lançou o programa Nova Indústria Brasil, que prevê incentivos de R$ 3 bilhões para descarbonização em 2024.
Os especialistas ouvidos pela CNN concordaram em indicar que parte desses valores irão passar pela adaptação energética da indústria e que o Brasil se destaca nesse sentido.
“A descarbonização está na agenda do dia, tanto para empresas quanto para países. E a mais utilizada é a via da energia, com expansão de fontes renováveis, projetos e programas de eficiência”, explica o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
“Pela abundância de recursos naturais, naturalmente a gente se coloca como um dos grandes provedores para suprir essa demanda”.