Na última terça-feira, 24 de setembro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou a execução de um “Sandbox Tarifário” proposto pela Light com a participação prevista de 10 mil unidades consumidoras, no prazo de 36 meses. O projeto tem o propósito de reduzir perdas e inadimplência a partir de incentivos como o cashback.
Na proposta, vai haver uma divisão entre consumidores regulares (que são os que já estão em conformidade com as normas de consumo e pagamento) e consumidores irregulares (aqueles identificados com práticas irregulares nos últimos 24 meses e regularizados recentemente).
Como funciona a divisão
Para o grupo dos consumidores regulares vai ser aplicado o sistema de faturamento fixo e cashback se a tarifa for paga regularmente, com o monitoramento do impacto de incentivo. No faturamento fixo os valores das faturas não variam em função do consumo mensal.
Para o grupo dos irregulares será aplicado o mesmo sistema de faturamento fixo, com monitoramento do impacto dos incentivos de cashback tanto na redução de reincidência de práticas irregulares como no caso da adimplência.
“Além disso, são previstas outras técnicas de economia comportamental como um programa de valorização do cliente e o atendimento personalizado”, informou a Aneel, ao detalhar o projeto.
O conselho de Consumidores da Light manifestou ser favorável ao projeto ao demorar “compreensão quanto ao grave problema da inadimplência elevada”. O Conselho ainda expressou preocupação para que a Light consiga mostrar que os resultados do experimento “não se traduzirão na elevação de tarifas nem em subsídios cruzados dos consumidores regulares para os irregulares”.
O projeto está no âmbito da previsão normativa da Aneel em estimular o faturamento diferenciado pelas concessionárias e permissionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica.
“A proposta demonstra grande potencial para subsidiar iniciativas que promovam a regularização e adimplência de consumidores na área de concessão da Light, e aborda possivelmente o principal desafio atual da empresa”, disse o órgão regulador.
Conforme o planejamento apresentado, o projeto está dividido em três fases. A primeira inclui a coleta de dados, pesquisa exploratória, identificação de padrões de consumo, capacidade de pagamento dos consumidores, e treinamento das equipes da Light.
As outras duas fases envolvem a aplicação do sistema de faturamento fixo e incentivos, monitoramento constante do consumo e da adimplência dos consumidores, assim como a análise de resultados e ajustes. O projeto totaliza R$24,5 milhões de custo, pela estimativa.