Em setembro desse ano as maiores usinas solares do país superaram em a marca de 15 gigawatts (GW) de potência. O indicador ultrapassa a capacidade instalada da segunda maior usina hidrelétrica do planeta, Itaipu, que opera 14 gigawatts (GW). Essa informação foi divulgada pela Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Os dados consideram parques centralizados e a própria geração de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos, a chamada GD (geração distribuída).
Atualmente, de acordo com a entidade, as usinas solares de grande porte estão operando em todos os estados brasileiros em termos de potência instalada, com liderança da região Nordeste, representando 58,6%, em seguida pelo Sudeste, com 40,3%, Sul, com 0,5%, Norte, com 0,3% e Centro-Oeste (incluindo o DF), com 0,3%. A energia solar já trouxe ao Brasil, desde 2012, mais de R$ 64,3 bilhões em novos investimentos e mais de 452,5 mil empregos verdes acumulados, também proporcionou em torno de R$ 21,3 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.
Aumentar a participação das fontes limpas
A Absolar acredita que, destacando o desempenho do segmento, mesmo com a dependência da luz solar, existe uma possibilidade de aumentar expressivamente a participação das fontes renováveis na matriz elétrica brasileira. “A diversificação da matriz é fundamental para melhorar a situação do Brasil em relação a vulnerabilidade quanto a crises climáticas. Em 2023, quase 60% de toda a energia elétrica consumida no país foi gerada por meio de hidrelétricas. Isso significa que existe uma concentração muito grande da capacidade de geração em uma única fonte, que depende fundamentalmente da disponibilidade de água e de chuvas do nosso regime hidrológico, que tem mudado de forma acelerada, com a força crescente das mudanças climáticas,” enfatiza Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar.
Para Rodrigo, utilizar a fonte fotovoltaica aliviaria os horários de maior demanda do sistema elétrico nacional. “Segundo o operador nacional do sistema, os picos de consumo ocorrem entre 12h e 17h. Às 14h tem um movimento ainda maior, justamente quando o sol está brilhando intensamente no céu.”