De acordo com o mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a geração de energia solar segue em pleno avanço no Brasil, ultrapassando a marca de 15 gigawatts (GW) de potência operacional nas grandes usinas. Mesmo com isso, empreendimentos solares vêm sofrendo cortes recorrentes por causa dos déficits na infraestrutura.
Desde 2022, o desperdício acumulado de energia limpa, eólica e fotovoltaica somou em torno de R$ 1 bilhão em prejuízos. Entre abril e julho deste ano, o impacto financeiro na matriz solar, ultrapassou R$ 62 milhões, considerando os efeitos baseados na geração padrão horária, mensurando a expectativa da usina em momentos de restrição.
De acordo com Bruno Catta Preta, coordenador da Absolar em Minas Gerais, esses cortes alertam para a necessidade de expandir investimentos no setor elétrico, incluindo a modernização das linhas de transmissões do modelo aéreo para subterrâneo. “O nosso modelo de transmissão aéreo é ultrapassado. Em países de primeiro mundo, tudo é subterrâneo e isso reduz o risco de interrupções”, afirmou.
Catta Preta, ao fazer uma análise da matriz energética solar, destacou que o atual desafio passa pelo investimento em tecnologia de armazenamento, que acabou de chegar ao Brasil. “Em breve, contratantes poderão investir em baterias para armazenar a energia solar gerada, garantindo maior independência para comércios e residências”, analisou.
Ele destacou que a chegada de novos inversores ao país, especialmente em baterias com maior espaço de armazenamento, permitirá que o uso da energia seja viável, independente do horário e do clima, que ainda são fatores que limitam a expansão da fonte solar. “O armazenamento já é algo consolidado no mercado mundial e será determinante para o nosso futuro”, ressaltou.
Com uma capacidade maior de armazenamento, o objetivo é que a energia solar poderá expandir a geração e suprir outra matriz que esteja passando por crises. “Quando o governo precisar de mais energia, ele vai poder contar com a fonte para despachar energia solar para o Brasil inteiro”, disse.
De acordo com ele, a medida irá permitir uma melhor estabilidade no sistema de energia nacional, que ainda recorre a fontes não renováveis em momentos críticos.