Em um esforço para reduzir os efeitos negativos da energia eólica na vida de animais selvagens, pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon estão estudando o impacto da pintura de pás de turbinas eólicas de preto para diminuir colisões de aves. Investigações iniciais sugerem que a alteração na cor das pás pode auxiliar a evitar que pássaros, geralmente águias e outras aves de grande porte, colidam contra as turbinas eólicas.
Esse projeto surgiu baseado em uma análise feita na Noruega em 2020, onde a pintar uma das pás de turbinas eólicas de pretoresultou em uma diminuição de quase 72% nas colisões de pássaros. Contudo, mesmo que a análise norueguesa tenha incluido apenas quatro turbinas, os pesquisadores do Oregon estão ampliando o experimento, utilizando 28 turbinas no parque eólico Glenrock, em Wyoming, operado pela PacifiCorp.
O pesquisador sênior do Departamento de Pesca, Vida Selvagem e Ciências da Conservação da Universidade Estadual do Oregon, Christian Hagen, evidenciou a importância de contestar a análise com uma amostra maior antes de adotar a prática como política. “Embora os resultados na Noruega tenham sido promissores, é crucial testar essa abordagem em uma escala maior e com diferentes espécies de pássaros, para garantir que seja realmente eficaz e que não haja consequências negativas inesperadas”, afirmou Hagen.
A estudante de doutorado Natia Javakhishvili, que participa do projeto está desenvolvendo um modelo que usa dados de movimentos de pássaros do local de estudo com o propósito de avaliar se as aves demonstram maior evasão ao se aproximarem das turbinas com pás pintadas.
Javakhishvili está focando especialmente nas águias-reais, que é uma espécie particularmente vulnerável às turbinas eólicas. A intenção é utilizar um amplo conjunto de dados, que irá conter milhões de registros de movimento dessas aves, para aprimorar o modelo e prever com maior precisão o comportamento de evasão.
Hipótese
A hipótese principal sobre a pintura das pás de preto é que essa técnica interrompe a uniformidade visual do espaço aéreo, o que torna as turbinas eólicas mais visíveis para as aves. Isso estimularia um comportamento de evasão, principalmente entre aves de rapina, como águias e falcões, que têm uma visão excelente durante o dia.