A Eletrobras comunicou que a usina hidrelétrica Santo Antônio paralisou as suas unidades geradoras que estão localizadas na margem esquerda e no leito do rio, devido a terem atingidos os limites operativos por causa das baixas vazões no rio Madeira. A paralisação das unidades geradoras aconteceu na terça-feira, 3 de setembro, às 14h.
De acordo com a Eletrobras, a geração de energia se concentrou em sete unidades geradoras do grupo Gerador 1, na margem direita do rio, que estão sincronizadas no setor de 500 kV da usina.
Mesmo com a manobra, a empresas informou que não há previsão de parada total da geração na usina, que segue operando com vazões próximas a mínimas históricas (2.700 m³/s) e geração efetiva de cerca de 490MW médios.
“Apesar dos desafios gerados pela crise hídrica na região Norte, a Eletrobras tem adotado medidas técnicas e operacionais para minimizar o risco de paralisação da geração na Hidrelétrica Santo Antônio este ano. Porém, por ser uma usina a fio d’água, caso haja uma diminuição muito maior nas vazões, pode ser necessária esta medida”, diz a companhia em nota.
Santo Antônio
Em outubro do ano passado, a Santo Antônio Energia interrompeu sua operação da hidrelétrica Santo Antônio depois de registrar a diminuição nos níveis de vazão do rio Madeira, abaixo de 50% da média histórica.
A ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) declarou que situação de escassez quantitativa de recursos hídricos nos rios Madeira e Purus e seus afluentes até 30 de novembro.
Porto Velho registrou 1,02 m, na terça-feira, 3 de setembro, a menor cota registrada em quase 60 anos, desde o início da série histórica, em 1967. A marca superou a cota de 1,10 m observada duas vezes, nos meses de outubro e novembro, do ano passado. Os dados pertencem ao novo boletim de monitoramento hidrológico da bacia, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Com a previsão de seca para a região, as projeções mostram que o nível do rio deve continuar a descer, agravando ainda mais a crise hídrica. “Estamos acompanhando o cenário e devemos instalar, pela primeira vez na história de Porto Velho, uma régua que vai até a marca zero”, destaca Guilherme Jordão Cardoso, engenheiro hidrólogo da Residência de Porto Velho (REPO). A instalação da nova régua irá ser realizada nesta quinta-feira.