A desenvolvimento da IA (Inteligência Artificial) no mercado de trabalho já não é mais uma previsão distante, agora é uma realidade que começou a impactar a vida de muitos profissionais, principalmente motoristas na China. O avanço dos robotáxis no país asiático está causando revolta entre trabalhadores do setor de transporte, que estão acusando essas máquinas de “roubar empregos” e ameaçar o sustento de diversas famílias. Essas inovações tecnológicas, operando sem a precisar de um condutor humano, estão sendo vistas como uma ameaça direta aos empregos tradicionais.
Na terça-feira, dia 27de agosto, o governo chinês deu um passo importante ao emitir 16 mil licenças de teste para automóveis autônomos, além de abrir 32 mil quilômetros de estradas públicas para que essas máquinas circulem.
No mês de junho, Pequim autorizou nove empresas nacionais, incluindo as grandes como BYD e Nio, para fazer um teste com essa tecnologia. Uma das cidades que mais avançaram nesse campo, Wuhan, conta em torno de 400 robotáxis em operação pelas ruas, todos parte de uma plataforma de transporte autônomo Apollo Go, da empresa tecnológica Baidu.
Mesmo que os robotáxis representem apenas 1% do mercado de transporte em Wuhan, sua presença é suficiente para causar um certo desconforto entre os motoristas locais.
A diferença no custo entre uma viagem em um robotáxi e uma corrida tradicional é um dos pontos principais de tensão. Enquanto uma viagem de mais ou menos 16 minutos em um robotáxi tem o preço de 10,36 yuans (cerca de R$ 9), a mesma viagem por meio dos aplicativos de transporte costumeiros chega a ter o dobro do valor, de 20 yuans.
Essa diferença nos valores está fazendo com que os motoristas de aplicativos normais percam clientes, os levando a apresentar uma reclamação formal junto às autoridades locais. Eles estão pedindo que o governo limite o uso de robotáxis ou que pelo menos iguale os preços, garantindo uma competição mais justa. Essa crescente pressão por parte dos motorista reflete o medo de que os robotáxis terminem de vez com seus empregos, substituindo-os por máquinas.