Foi divulgado esta semana um estudo detalhado sobre a contribuição dos biocombustíveis e da bioeletricidade na matriz energética do Brasil pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Conforme a análise, a produção de etanol, biodiesel e a geração de energia elétrica em usinas sucroenergéticas não só cresceram, como também resultaram em mais de 85,62 milhões de toneladas de CO2 (gás carbônico) evitadas. Esse valor é 16% maior do que o número registrado antes da pandemia do vírus Covid-19.
A bioeletricidade correspondeu a 8,2% da energia elétrica gerada no país ano passado. A maior parte dessa geração veio do bagaço da cana, usado pelas usinas de etanol. O que auxiliou a matriz energética brasileira a se tornar ainda mais sustentável foi a geração bioelétrica, aliado ao crescimento das energias eólica e solar.
Essa junção das fontes renováveis moveu significamente a participação de térmicas a gás natural e derivados de petróleo. A EPE indicou que o fator médio de emissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) diminuiu para 0,0385 tCO2/MWh – em torno de 10% menor que o valor de 2022, sendo o menor valor dos últimos 12 anos.
Qual o impacto dos biocombustíveis na redução da emissão?
Os biocombustíveis tiveram um notável impacto na diminuição de emissões em 2023. A matriz de transportes tornou-se 22,5% renovável, em grande parte por causa do crescimento da mistura de biodiesel no diesel, que passou de 10% para 12%.
- Etanol: O uso do etanol anidro e hidratado de cana e milho de primeira geração evitou comparações aos equivalentes fósseis (gasolina e diesel).
- Biodiesel: As emissões evitadas pelo biodiesel em 2023 foram 18,5% maiores que no ano anterior.
Ao todo, as emissões evitadas pelos biocombustíveis somaram 84,2 MtCO2 ano passado, o que representa um aumento significativo em relação ao ano anterior.
A EPE pressupõe que a bioenergia ganhará ainda mais importância com o avanço da transição energética. A demanda por biocombustíveis drop-in para transporte pesado de longa distância deverá aumentar nas próximas décadas.