Localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), na Região Metropolitana de Fortaleza, a Termelétrica Pecém I, está prestes a dar um grande passo caminho à sustentabilidade. Responsável pela usina, a Energia Pecém, anunciou planos ambiciosos para descarbonizar suas operações, aspirando investimentos que podem ir de R$800 milhões a R$ 4 bilhões. Esse projeto está focando na transição do uso de carvão mineral para gás natural e futuramente para Hidrogênio Verde transformando a termelétrica em uma referência em inovação e sustentabilidade no Brasil, segundo o diariodonordeste.
Carlos Baldi, o presidente da Energia Pecém, explicou que o montante exato do investimento ainda vai ser definido depois do leilão de reserva de capacidade (LRCAP 2024), previsto para acontecer no final deste ano. “Estamos prontos para diversas configurações, dependendo das condições estabelecidas no leilão “, afirmou Baldi. A transição para o gás natural será a primeira etapa, com a perspectiva de no futuro utilizar o Hidrogênio Verde, produzido no próprio CIPP. Esse processo de mudança pode levar de seis a trinta e seis meses, a depender dos resultados do leilão.
O projeto de descarbonização da Termelétrica Pecém I não se trata apenas de uma questão tecnológica, mas também de uma visão de estratégia para as próximas décadas. Para o ex-secretário executivo de Energia e Telecomunicações do Ceará, Adão Linhares, essa transição é necessária. “Descarbonizar uma usina de carvão é um desafio, mas é um caminho necessário para garantir a longevidade e sustentabilidade do investimento “, comentou Linhares. O objetivo é manter o ativo operando, porém de maneira mais limpa e eficiente, alinhando-se às metas globais de redução de emissões de carbono.
Gás natural
Embora o gás natural seja visto como uma alternativa mais limpa ao carvão, existe questionamentos sobre a escolha. Formada por diversas organizações da sociedade civil, a Coalizão Energia Limpa, alerta para o uso de gás natural que pode criar uma dependência perigosa em uma fonte de energia fóssil. Conforme a coalizão, apostar no gás natural pode causar um atraso na transição para energias renováveis e comprometer os esforços para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, conforme foi estabelecido no Acordo de Paris. Ao invés disso, a coalizão sugere que a energia eólica e solar sejam complementadas por termelétricas movidas à biomassa, se tornando alternativas mais sustentáveis e alinhadas com os objetivos a longo prazo.