A energia nuclear tem sido reposicionada na corrida pela transição energética. Uma das mais polêmica das matrizes limpas está vivendo uma espécie de “renascimento”, pois cada vez mais países anunciam planos de construção e expansão de plantas atômicas.
As usinas Angra 1 e Angra 2, funcionam no Brasil desde 1985 e 2001, respectivamente. Em construção desde 1981, a Angra 3 já teve a obra interrompida diversas vezes por falta de dinheiro, rescisão de contratos e suspeitas de corrupção. A sua inauguração está prevista para 2028.
De acordo com o site Agência Brasil, duas usinas nucleares brasileiras correspondem por cerca de 2% da geração de energia elétrica produzida no país., A estatal responsável pela administração das usinas de Angra, no Rio de Janeiro, Eletronuclear divulgou uma nota informando que Angra 1 havia batido seu recorde de geração de energia em um mês, atingindo 485 gigawatts-hora (GWh) em janeiro deste ano.
Há dois anos, em 2022, Angra 1 gerou 4.872 GWh, enquanto sua irmã Angra 2 produziu 9.686 GWh. Ao todo, ambas geraram 14.558 GWh o que seria o suficiente para abastecer toda a região Centro-Oeste, de acordo com a Eletronuclear.
Ainda há a previsão de dobrar a produção até 2031, com a inclusão de duas novas usinas no parque gerador no país.
Porém essa matriz nuclear ainda provoca muitas dúvidas e receio entre a população. Os desastres que aconteceram em Chernobil e Fukushima deixaram uma marca na opinião do público quando o assunto é energia atômica. Os dois acidentes foram classificados com nível sete, o pior nível, na Escala Internacional de Eventos Nucleares.
Para pesquisadores, no entanto, as ocorrências são raras em relação a quantidade de usinas em atividade e dos 70 anos de uso comercial. “A mineração apresenta um risco do que a geração de energia elétrica nuclear”, afirmou Felipe Gonçalves, da FGV Energia.
A energia nuclear é fonte de energia limpa, porém um ponto a ser ressaltado é a não utilização de combustíveis fósseis para geração de energia elétrica. Por isso, a energia nuclear não produz gases tóxicos que causam o efeito estufa e não agravam o aquecimento global. Mas é uma energia que atua na produção de resíduos radioativos.
Os resíduos criados ao fim do processo é um dos grandes problemas das usinas nucleares, porque se trata de lixo atômico que leva muito tempo para ter sua radioatividade diminuída, impossibilitando seu descarte.