A expansão do mercado livre de energia brasileiro será o maior impulsionador para novos projetos de usinas de grande porte de fonte solar fotovoltaica no Brasil nos próximos anos, de acordo com Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar).
“Esse tem sido hoje o mercado líder em expansão de capacidade de geração no Brasil, não mais o mercado regulado”, explicou.
Isso acontece, pois, a contratação de energia em leilões regulados pelas distribuidoras tende a ser mais baixa, dado que as concessionárias estão sobre contratadas para os próximos anos.
Grandes consumidores de média e alta tensão, no mercado livre, podem contratar a energia consumida diretamente com a empresa de geração ou com uma comercializadora, assim deixando de consumir a energia contratada pela distribuidora local.
A partir de janeiro desse ano, todos os clientes com uma demanda acima de 500 quilowatts-hora passaram a ter essa opção e a expectativa é que o mercado seja aberto a todos os consumidores, a partir da próxima década, incluindo os residentes.
Atualmente, o Brasil tem mias ou menos 45 gigawatts de capacidade instalada da fonte solar fotovoltaica.
30 GW de 45 estão espalhados em sistemas de menor porte, no modelo da geração distribuída, no qual o consumidor gera a própria energia que consome, por meio da instalação dos módulos fotovoltaicos em telhados ou terrenos. Os sistemas nesse modelo têm até 5 megawatts de capacidade.
Os 15 GW restantes da fonte solar no Brasil estão em usinas solares de grande porte, chamada geração centralizada. Esses empreendimentos integram projetos contratados nos leilões e no mercado livre.
Inclusive, os primeiros grandes contratos da fonte solar fotovoltaica no Brasil, foram fechados no mercado livre de energia. No ano de 2013, o governo de Pernambuco realizou uma contratação de usinas nesse modelo. Porém, a fonte começou a ganhar mais espaço na matriz energética brasileira a partir de 2016, quando, no mercado regulado, as primeiras usinas contratadas em leilões de energia do governo começaram a entrar em operação.
Foi quando a energia solar passou a ser a mais barata contratada em leilões, a partir de 2019, que o mercado livre de energia passou a olhar com mais atenção para as oportunidades a partir dessa fonte.