Com turbinas em alto mar, a energia eólica offshore, pode contribuir significativamente para a economia brasileira e ajudar a garantir uma mudança energética sustentável para o Brasil.
As usinas offshore, com um potencial técnico de mais de 1.200 gigawatts, quatro vezes a capacidade instalada atual no Brasil, podem produzir mais de 516 mil empregos até 2050, com um valor agregado bruto de pelo menos R$ 900 bilhões na economia. Os dados pertencem ao estudo recente chamado “Cenários para o Desenvolvimento de Eólica Offshore no Brasil”, que foi publicado pelo Grupo Banco Mundial, colaborando com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), atendendo à solicitação do Ministério de Minas e Energia (MME).
O grande potencial da fonte de energia eólica no Brasil, especialmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul é um dos principais propulsionadores para o desenvolvimento dessa energia offshore. A importância da eólica offshore também é pelo perfil de geração dessa fonte, que, mesmo nos períodos de seca, é capaz de fornecer eletricidade com menos variação e promover segurança adicional ao sistema complementando com outras fontes renováveis, permitindo que o Brasil atinja seus objetivos de zerar as emissões liquidas de carbono até 2050.
Ao mesmo tempo, o relatório destaca desafios a serem superados hoje para que a essa energia seja uma realidade no longo prazo. Entre eles, estão o elevado custo inicial.
Hoje em dia, a expectativa é que o custo inicial dos projetos esteja em torno de R$ 344 por MWh (quase duas vezes mais caro do que as alternativas solar e eólica onshore), porém, com o desenvolvimento e o ganho de escala, esse custo poderia cair para entre R$ 215 e R$ 280 por MWh até 2050, transformando a energia eólica offshore competitiva com outras fontes que geram energia.
Serão necessários também investimentos importantes em infraestrutura, incluindo portuária e logística. E, apesar de os parques eólicos offshore pretendidos no Brasil estarem localizados próximos aos centros de demanda, o que poderia reduzir custos de conexão, é importante avaliar a integração desses parques em conjunto com o planejamento da transmissão.
O Brasil já é um país reconhecido mundialmente por ser líder em energia renovável, com uma base energética predominantemente hídrica, acrescentada nos últimos anos pelo avanço das energias solar e eólica onshore. Atualmente, tem as condições plenas para aproveitar as oportunidades dessa nova fonte de energia renovável. Dado o tempo necessário para preparar e desenvolver um projeto, o país terá que se planejar para desenvolvê-la da melhor forma possível.