A Olimpíada de Paris está terminando e as aeronaves que combinam as capacidades de helicópteros e aviões elétricos, eVTOLs, não decolaram como se esperava na capital francesa. De acordo com analistas, uma das razões foi a falta de regulamentação para os carros elétricos voadores. De olho nessa oportunidade, empresas americanas estão correndo para que seus modelos estejam prontos, funcionais e certificados para funcionar até os Jogos Olímpicos de Los Angeles, que será realizado em 2028.
Nos Estados Unidos, pelo menos sete fabricantes de eVTOLs, “ eletric Vertical Takeoff and Landign” ou “decolagem e aterrissagem vertical elétrica”. Duas dessas empresas estão colocando seus veículos no ar: a Joby Aviation e a Archer Aviation, sediadas na Califórnia. A Joby está trabalhando em projetos de táxis aéreos elétricos; a Archer está desenvolvendo aeronaves totalmente elétricas para passageiros.
Na sexta-feira, dia 8 de agosto, a Archer anunciou planos de lançar uma rede de mobilidade aérea em Los Angeles já em 2026. O serviço iniciaria lentamente, com algumas aeronaves em rotas selecionadas na cidade. A ideia é substituir viagens de carro em tráfego pesado, que duram uma ou duas horas, por voos rápidos de 10 ou 20 minutos a bordo de Midnight, sua aeronave de linha.
“Estabelecer nossa rede em Los Angeles antes dos eventos globais que acontecerão na região nos próximos quatro anos é um marco que colocará o Midnight em exposição para o mundo inteiro ver”, disse Adam Goldstein, o CEO, por meio de comunicado à imprensa. Ele se refere à Copa do Mundo de futebol em 2026, ao Super Bowl em 2027 e à Olimpíada em 2028.
A Joby Aviation quer iniciar o serviço de táxi aéreo comercial em Los Angeles e Nova York em 2025, em parceria com a Delta Air Lines. No mês de junho, a empresa recebeu autorização da agência reguladora de transporte para seu novo sistema operacional de software, que inclui um aplicativo semelhante ao Uber para reservar táxis aéreos.
Brasil
No Brasil, a Embraer está avançando na implementação de seu carro elétrico voador. No começo, o veículo vai comportar quatro pessoas mais o piloto. Começou a ser desenhado na Embraer X, braço de inovação da companhia. Foi criada uma subsidiária, a Eve, exclusivamente para o desenvolvimento, com o suporte de uma parceria com a japonesa Nidec, a maior fabricante de motores elétricos do mundo.
A proposta é o modelo ser silencioso e com baixa autonomia, o suficiente para levar quatro pessoas da Avenida Faria Lima para Alphaville ou para o aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.