A NIB, Nova Indústria Brasil, a política industrial lançada em janeiro de 2024, busca atrair investimentos estrangeiros que queiram se comprometer com transferência de tecnologia e com a geração de emprego e renda no Brasil. No segmento de automóveis, essa transferência de tecnologia vai ajudar o país a desenvolver, os carros híbridos, veículos movidos a energia elétrica e combustível líquido, de preferência biocombustível.
Esses foram os dois pontos destacados durante o seminário sobre os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, que foi promovido em Brasília pelo site Brasil 247 e pela TV 247, na quinta-feira, dia 1 de agosto.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou a necessidade de fortalecer as cadeias produtivas da indústria brasileira, especialmente nos setores que envolvem energia renovável. Ele citou a produção de hidrogênio verde, de carros e ônibus elétricos.
“Não nos interessa apenas importar carro elétrico. Nós queremos investimento no Brasil”, afirmou. “Nós queremos produzir aqui ônibus elétricos e o carro híbrido, que é a nossa vocação, depois de 50 anos de etanol. O carro híbrido vai ter o dobro da autonomia do que o carro elétrico. E ele descarboniza mais do que o elétrico”.
Ele também destacou o papel do BNDES dentro da NIB e do Plano Mais Produção, como financiador de projetos estratégicos em inovação e sustentabilidade, citando segmentos como os de fármacos, automotivo, naval, aviação e agroindústria.
“O que mais me interessa aqui, nessa discussão, é a rota que a China perseguiu para chegar aonde está, sempre exigindo transferência de tecnologia para o investimento exterior”, falou. “Então, nós queremos muito investimento da China, muita presença da China, mas dentro do Brasil, produzindo aqui, gerando emprego, gerando trabalho”.
Além do presidente do BNDES, veja quem mais está buscando incentivo para a produção de elétricos no país
Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, também representando o Governo Federal, afirmou que o plano Nova Indústria Brasil procura atrair investimento estrangeiro direto. Desde que integrem mecanismos de proteção e incentivo à indústria sediada no país.
“Um dos pontos estratégicos de promover desenvolvimento econômico é investimento estrangeiro direto. Entretanto, nem todo investimento estrangeiro direto é positivo. Ele pode ser extremamente negativo”, pontuou o secretário.
“Se o investimento entra no Brasil desnacionalizando capacidades produtivas, diminuindo o grau de verticalização, aumentando a importação e remetendo o lucro para a sua matriz, você está aprofundando a dependência externa, você está destruindo a capacidade de uma nação de desenvolvimento”, Uallace.
Para evitar que isso aconteça. o investimento tem que cumprir um papel de estratégia. “A NIB tem esse propósito de usar o investimento estrangeiro direto, de usar parcerias com países como a China, como elemento estratégico. No projeto de neoindustrialização do governo do presidente Lula, liderado pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, o que nós queremos é fazer com que a indústria seja de novo protagonista do crescimento econômico, da geração de emprego e renda desse país”.
Uallace também defendeu a ideia de que a política industrial seja utilizada como um instrumento de restrição das desigualdades. “Não existe desenvolvimento econômico sem indústria. Não existe inclusão social sem indústria. Uma indústria intensiva em tecnologia, complexa tecnologicamente, ela demanda pelo tipo de serviço, por exemplo, de alta qualificação e alta renda, gerando emprego, renda e promovendo o processo de desenvolvimento econômico”, finalizou ele.