Poucas coisas causam maior apreensão no público geral do que uma usina nuclear. Após os desastres de Chernobyl, em 1986, e de Fukushima, em 2011, a opinião pública tornou-se desfavorável frente às consequências catastróficas, mas o Brasil é uma das provas de que é possível ter uma usina nuclear segura, como é o caso de Angra dos Reis.
A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, é um complexo que conta com duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, enquanto Angra 3 está na fase final de construção. O funcionamento de uma usina nuclear é simples e bastante seguro.
A energia deriva do calor emitido pela fissão de um núcleo de urânio para aquecer uma quantidade de água que circula pelo reator e gerar vapor. Essa água é captada e reutilizada após passar por um processo de desmineralização. No entanto, o que muitas vezes é tido como pouco seguro são os resíduos radioativos, que possuem a necessidade de serem armazenados de forma isolada.
As pastilhas de urânio continuam produzindo calor e irradiação. Dessa forma, seu descarte leva muito tempo. Após serem trocadas, precisam ficar anos em piscinas de resfriamento dentro da própria usina nuclear.
A irradiação contamina também uniformes e ferramentas utilizadas no processo de geração de energia. Portanto, o descarte e limpeza precisa seguir um rigoroso protocolo, afim de evitar a contaminação.
Angra dos Reis: saiba mais sobre usina nuclear no Brasil
No Brasil, 2% da energia gerada em solo nacional é oriunda de usinas nucleares. A energia nuclear do país está restrita à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, no litoral carioca.
Angra 1 e Angra 2 foram inauguradas em 1984 e 2001, respectivamente, enquanto Angra 3 está em construção no mesmo complexo. Frente à instalação, o governo federal busca demonstrar à população que uma usina nuclear é uma construção segura.
A tendência é que Angra 3 possa ser inaugurada em 2030, expandindo ainda mais a produção de energia nuclear no Brasil. Atualmente, as usinas totalizam cerca de 2000 megawatts, gerando eletricidade suficiente para suprir 6 milhões de habitantes.